segunda-feira, 10 de maio de 2010

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domingo, 9 de maio de 2010

Vidas

Um sentimento
Para ele a miséria era o prato do dia
Vivia com o estômago vazio ou nem comia
Nunca iria roubar, era honesto de mais
Nunca iria mendigar, era orgulhoso de mais
Sua prioridade máxima, alimentar os filhos
Sem espaço para vícios, apenas sacrifícios
Desde que a mulher partira, e partira seu coração
Só sobrevivência, sem cicatrização
Transformado em super-homem, pelas vicissitudes da vida
Nunca mudaria as suas atitudes
Sem tempo para viver e com a corda no pescoço
A pressão do ganha-pão, da escravidão, do esforço
Na pobreza com a nobreza, aprendeu a lição
Imune à tentação da autocomiseração
Mesmo quando esmorecia e ía ao fundo por momentos
Esqueceu a recompensa do sorriso dos rebentos

Ultima recordação do exterior, foi o interior da ambulância
Nunca se tinha visionado em tal circunstância
No corredor de urgência, a espera era interminável
Crescia o medo de um diagnóstico, nada favorável
Família intrasorridente sai com olhos de vidro
Tenta aproveitar por um momento, o tempo perdido
Ela sabe que por dentro, algo não funciona bem
Setenta anos de histórias e memórias
Que ainda lhe trazem, uma réstia de força
Naquela cama de hospital
Pior que uma solitária, um estabelecimento prisional
O seu corpo não descansa, olhar triste e pesado
Sente medo e quando dorme vê fantasmas do passado
Sinto a tocar-me na face com a sua mão enrugada
A imponência da doença, transforma-nos em nada
De repente sinto toda uma vida a passar-me à frente
Seu sacrifício tornou-me no homem que sou presentemente

Esta é a história de um anjo amigo meu
Nuno, é verídica, ele já faleceu
Não tinha asas, ele escolheu ser esquecido
Mendigo, rico de espírito, morreu sozinho
Chamemos-lhe ninguém
Tinha os olhos brancos, foi cegado pela escuridão que a vida tem
Cansado de viver com pessoas sem visão
A visão que ele tinha, era mais além
Ele foi quem não queria ser
Vida perfeita que não queria ter
Acorrentado pelo ideal,
Tu provas-te ser, alguém tornou-o em alguém irreal
Quantas tempestades eu vivi
Quantas memórias escrevi
Esta foi a página que eu arranquei
Quando me lembrei do dia em que eu morri

Vou a caminho de casa
Um sentimento triste invade a minha alma
Vou a caminho de casa
Sou mais um mero sonhador

terça-feira, 4 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Odeio Poemas


Segui-te na estrada
Cantei-te para nada
Fiz montes e vales em busca de ti
Encontrei-me às portas da Morte
De tanto vergar, de tanto insistir
E, no mar, mil virgens à espera gritaram meu nome
Eu não respondi!

Sonhei que era cego
No bico de um prego
E quando acordei fui chorar escondido
Quem for Rei, virá num cruzeiro
Se eu quis ser rei foi para sê-lo contigo
Quando o Sol girar, e o Céu afundar
Ouvirás, finalmente, o que eu digo

Dei o teu retrato ao genro de um sapo
Herdei comprimidos para adormecer
Ah, e rezei à Santa Fortuna
À Deusa das Tréguas do meu querer
E a Verdade roubou um bote
De casco partido para ir morrer

A Jurisprudência
Leu-me a sentença:
Eu fora detido por parecer diferente
E morar na casca de um ovo
Sem ter cabido na cova de um dente
Quando eu quis falar ela pôs-se a andar
Tal o medo de ficar doente

Até que a Mãe-Feia
Me deu a ideia
De partir para a Guerra Santa do Sul
Ah, e talvez aí avistasse
Nalguma burka o teu olho azul
Só que o Vento ouviu no deserto
Que alguém andava perto e não eras tu

Perdido e cansado quis voltar a nado
Mas já ia longe a minha juventude
Fui deitar-me ao pé de um barraco
Adormeci num balde de crude
Quando o Sol nasceu Deus mostrou-se e eu
Defendi-me o melhor que pude

domingo, 2 de maio de 2010

positivas e optimistas sobre o sentido da vida

O futuro espera-nos com os seus males, mas enquanto houver a lua e a música, e amor e romance, escute a música e dance.

sobre quem somos

Por muito sábio que alguém seja, não passa, ao fim e ao cabo, de um homem.

o que somos no Universo

Nós, filhos das águas, da Terra e do sol, não passamos de uma palhinha, de um feto da diáspora cósmica, de migalhas da existência solar, de um insignificante rebento da existência terrestre.

terça-feira, 20 de abril de 2010

crueldade do mundo, a dor, a morte

A natureza arranca os seres uns aos outros depois de os ter rodeado de amor. Ela divide-os e ordena-lhes que ainda amem.

importância da sabedoria

O sábio tem o sol e a lua a seu lado. Ele traz o universo debaixo do braço. Ele integra tudo num harmonioso todo, desvaloriza o que é confuso e obscuro, e privilegia o que é humilde e honroso.

científico

Somos máquinas de sobrevivência - veículos robotizados cegamente programados de modo a preservarmos as moléculas egoístas a que chamamos genes. Essa é a verdade que me enche de espanto.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

sarcásticas e humoradas sobre a vida

Vejo o melhor, e aprovo; mas sigo o pior.

filosofia de vida

Não te preocupes com o dia de amanhã, porque o amanhã trará consigo o que é seu. Bem basta os problemas que cada dia traz no seu regaço.

o amor e a amizade nas nossas vidas

Ao mamarmos ao peito da nossa mãe, provámos não apenas o seu leite mas também amor - o amor suficiente para sabermos que é a única coisa que nos pode satisfazer e que nos faltará para sempre.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Especulações sobre o nosso lugar no mundo

Quando considero a curta duração da minha vida, engolida na eternidade do antes e do depois, e o pequeno espaço que eu preencho, e posso ver, ultrapassado pela infinita imensidão de espaços que ignoro e que não me conhecem, fico assustado, e espantado por estar aqui em vez de lá; porque não há razão para aqui em vez de lá, ou agora em vez de então.
Quem me pôs aqui? Por ordem de quem e em que direcção este lugar e tempo me foram atribuídos?

A brevidade da vida

Insignificantes mortais que como as folhas desabrocham e aquecem de vida, e se alimentam dos que o chão lhes dá, para logo murcharem a de seguida morrerem.

O sentido da vida

O amor dá sentido às nossas vidas, tal como a amizade, ou a arte, ou a crença em Deus. São factores de felicidade, de paz interior, de harmonia, que suportam as nossas existências.
Mas há o outro lado. Há a crueldade do mundo, a dor, o mal, para já não falar da morte. Eles são tigres escondidos, emboscados e prontos a atacar os incautos, para usar uma imagem presente nas escrituras budistas. Eles podem ser factores de infelicidade, geradores de falta de sentido da nossa vida.
E são entre estes dois pêndulos que se desenrolam as nossas vidas. E quando pensamos em tudo isto, os nossos estados de alma, originam diversas e desencontradas reflexões sobre o sentido da vida.
É sobre essas reflexões e pensamentos, sobre o que homem pensa e tem dito das suas vidas